Como todas sabem, a falta de organização no primeiro dia foi geral, desde a entrada no prédio, retirada de credencial, equipe de segurança até o local da coletiva, que pasmem, até minutos antes de acontecer, ninguém da assessoria sabia aonde seria.
Bem, enquanto a coletiva não começa fui dar uma volta. Ao tentar subir, um dos seguranças falou que jornalistas não podiam subir com mochilas e que deveriam deixar numa sala (que não existia). Ainda tenho a teoria de que basta colocar um terno numa pessoa despreparada para ele se sentir o dono do mundo. Acho que segurança deveria trabalhar de bermuda e chinelo de dedo.
Bem, depois de dar uma grande volta para poder subir com minha mochila, consegui chegar no segundo andar. Conforme as fotos (álbum de fotos ) percebe-se que estava bem vazio ainda. Ao tentar entrar na sala de imprensa que fica no segundo andar, um cara de terno perguntou se estava credenciado para sala. Como assim? Nunca fui informado disso.
Para esclarecer, existiam duas salas, uma no térreo e outra no segundo andar, sendo esta para jornalistas que iriam cobrir o evento por mais tempo. Na boa, a sala tinha vários computadores disponíveis.
Quer um exemplo? um colega tinha acabado de fazer uma entrevista e precisava passar uma nota para a redação, chegou na sala do segundo andar e foi barrado pois não estava cadastrado (este cadastro era a coisa mais furada, não vi nenhum) e ele teria que descer e usar a sala do térreo. Tentou explicar e tudo mais, mas os voluntários (isso mesmo) não permitiram a entrada.
Lá foi o jornalista descer tudo e ao chegar na sala do térreo descobriu que lá tinha somente 2 computadores e fila de espera.
Sobe novamente, explica a situação e os “voluntários”, muito bonzinhos, liberam a entrada na sala, onde mais de 10 computadores estavam ociosos.
Do lado desta sala de imprensa havia um stand de um projeto jovem, onde a música rolava solta e alta, bem alta, ótimo para você se concentrar e escrever.
Mais umas voltas, fotos e finalmente a coletiva foi anunciada. Anteriormente agendada para às 17:00hs, começou às 18:00hs e aconteceria ao lado da sala de imprensa do segundo andar. Nesse formato, todo mundo poderia participar, ou seja, todo mundo que estava passando participou, muito barulho, muita gente. Uma ZONA.
No momento em que as pessoas estavam sentando, um ser estranho, que se parecia com a irmã mais feia da Rogéria, soltou uma frase que seria uma ode no evento “Ai, deixa passar longe de jornalistas....ihhh essa “raça” pega!!” Depois fui descobrir que ela (ou ele) fazia parte da organização do evento e fez outras mancadas durante todo o CP.
Não teve nenhuma apresentação, foi direto para Q&A. Algumas perguntas foram absolutamente desnecessárias, outras não tiveram nenhuma resposta e algumas levaram o pessoal da comunicação a perder a linha:
P - “Qual o perfil do campuseiro?”
R – “ ...ainda estamos consolidando os dados, então não temos esta informação” - Como assim, ainda não tem? Caramba, está tudo no sistema, faz um query e pronto!
P - sobre a falta de organização da entrada
R – “Foi um caos do sucesso” (tá bom). “Na primeira edição, na Espanha (isso há 9 anos) a espera para entrar foi de 9 horas" - Agora estou mais conformado, ficamos no lucro então, aqui a espera foi só de 3 horas. E no ano passado, como foi?
Bem, como paciência tem limite, não fiquei ate o final.
Agora, sobre o evento. Uma coisa que não entendi foi a briga dos blogueiros com os jornalistas. Antes de tudo, um pouco de história:
- Quando surgiu o jornal, todos falaram que os livros acabariam;
- Quando surgiu o rádio, todos falaram que os jornais acabariam;
- Quando surgiu a televisão, todos falaram que o rádio acabaria;
- Quando surgiu o vídeo cassete, todos falaram que o cinema acabaria;
- Quando surgiu a internet, todos falaram que tudo acabaria;
Pessoal, na boa, isso nunca vai acabar. A internet no Brasil tem uma penetração pequena, mesmo nas capitais. No interior é ainda menor.
Um exemplo: você está no meio da rua e quer saber onde esta passando o filme X. O que você faz?
a) Retira seu notebook da mochila,(pois sou um cara descolado e sempre o carrego comigo, mesmo aos domingos) conecta a uma rede wireless e busca esta informação ou
b) simplesmente pára numa banca e compra um jornal?
Sejamos mais sensatos por favor. Tem espaço para todo mundo.
Outro ponto é credibilidade. Sejamos honestos mais uma vez: você blogueiro fanático, que precisa de uma informação financeira, onde você busca esta informação: em um blog ou num grande veículo?
Ok, você pode até responder blog, mas provavelmente a informação lá contida foi obtida em um outro jornal, na TV ou num rádio: a grande imprensa.
Não vai ser de uma hora para outra que isso vai acontecer, os jornais levaram décadas para ter esta credibilidade, e enquanto isso existem blogs que falam de tudo, problemas pessoais, teste de churrasqueira e anúncios publicitários (os famosos virais) como se fossem posts.
Calma pessoal, tudo vai ter seu tempo.
Agora furos de marketing. Uma grande empresa fabricante de processadores convidou 5 “celebridades” da blogsfera (prefiro chamar de blogpanela) para cobrir o evento e distribuiu Segways para se locomoverem. Na boa, eles colocavam uns 5 posts por dia. Em vez de chamar este pessoal, porque não convidaram um pessoal mais engajado, com inclusão digital do Norte e Nordeste, para que eles pudessem repassar o conhecimento aqui obtido para suas regiões? Garanto que o material seria muito melhor aproveitado.
Melhor parar por aqui, senão este post vai ficar gigantesco.
Antes de acabar, alguém no Campus Party sabe alguma coisa sobre reciclagem e problemas sociais?
Explico: dentro do evento existiam várias latas de lixo para reciclados, mas posteriormente tudo era jogado no mesmo container de lixo, basta ver as fotos. Na sexta-feira o cheiro que vinha deste era insuportável.
Ainda: no final do evento, domingo às 14:00hs pude entrar e ver outro absurdo: os participantes recebiam uma mochila com várias coisas dentro, um saco de pipoca para microondas (?!?), bloco, caneta, livro do CGI, chaveiro do Limão, enfeite de celular da Vivo e muito papel.
Sobraram muitas mochilas, e o que a organização fez? Jogou todo o conteúdo no chão e guardou as mochilas! Nem para separar as pipocas e enviar para uma instituição (orfanato, abrigo, enfim...).
À própósito, quero dar os parabéns para quem teve a idéia de fechar o evento ao meio-dia. Parque lotado e mais de 100 pessoas do lado de fora querendo ver robô. Gente que pagou zona azul e não pôde entrar porque às 16 horas já estavam desmontando stands...
Agora é a ultima, sério. O bom é conversar com o pessoal que trabalha no evento. Sabe o que fizeram com a comida que sobrava no restaurante do evento? Jogavam no lixo. Na boa pessoal, porque não serviram para o pessoal da limpeza, super humilde, que devem ter recebido uma merreca de salário?
Chega! Espero sinceramente que na próxima edição tudo possa ser melhor.
Ah, e fechando a coletiva...
A “lembrancinha”... faz-me rir.
Um comentário:
credo! ainda bem que nem passei perto da bienal.
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